domingo, 19 de janeiro de 2014

GRAVITY by Alfonso Cuarón (Oscars 3/9)

E depois de uma primeira tentativa falhada, finalmente fui ver um dos dois filmes com maior número de nomeações (10 a par "American Hustle") aos Oscars 2014: GRAVITY de Alfonso Cuarón


O filme estreou nas salas portuguesas em meados de Outubro do ano passado e, desde então, tinha em relação ao mesmo um misto de curiosidade e apreensão. 
Por um lado, toda a anunciada tecnologia inovadora envolvida na sua execução, aliada ao duo de atores que protagoniza o filme, Sandra Bullock e George Clooney - que mesmo não sendo consensuais para mim, uma vez que há interpretações de ambos que gosto bastante, mas talvez haja ainda um maior número que me são indiferentes, são sempre ingredientes a ter em conta - constituíam os principais argumentos para o ver no cinema. Por outro lado, todo o cenário "espacial" (que, por norma, não é dos que mais me cativa), a quase-obrigatoriedade do 3D, bem como o já sabido isolamento da personagem interpretada por Sandra Bullock tornavam o filme numa incógnita que não sabia se gostaria de desvendar. 


Começada a época de consagração das películas realizadas em 2013, GRAVITY é um dos filmes que arrecada o maior número de nomeações nos mais diversos prémios, e o mesmo acabou por suceder com os Oscars. Assim sendo, a curiosidade venceu a apreensão, dando posteriormente lugar a um crescente entusiasmo. 

Não se trata de um filme ao qual se assiste de ânimo leve. Todo o inquietante e constante rodopio sofrido por Randy Stone (Sandra Bullock) ao longo do filme acaba por também se transportar para o próprio espectador (e aqui há que reconhecer o mérito não só do 3D como da poderosa Banda Sonora que acompanha todo o filme). Não será à toa que Alfonso Cuarón tem vindo a vencer todos os prémios na categoria de Melhor Realização, sendo por isso também o esperado vencedor da estatueta dourada. GRAVITY é um filme diferente de qualquer outro antes visto, tanto pela experiência de incessante tumulto, como pela própria cinematografia conseguida nos diferentes momentos do filme. 

Assim, não posso deixar de referir aquela que para mim é a "fotografia" do filme: Randy Stone, qual embrião, prestes a (re)nascer. Desde o momento em que fica sozinha, todo o esforço de Randy acaba por ser, na minha opinião, uma metáfora perfeita de um doloroso, mas por fim bem sucedido, trabalho de parto. E esse é o maior feito de Sandra Bullock, e que é merecidamente reconhecida com infindáveis nomeações na categoria de Melhor Atriz: consegue transmitir toda a metamorfose pretendida para a sua personagem, que acaba por ter força não só para "segurar-se" à vida como também para agarrar o próprio espectador ao filme - mesmo sendo ela "a sua única sobrevivente".  É caso para dizer: Gravity is working against Randy... but definitily in Sandy's favour!

I get it. It's nice up here. You could just shut down all the systems, turn down all the lights, just close your eyes and tune out everyone. There's nobody up here that can hurt you. It's safe. What's the point of going on? What's the point of living? Your kid died. It doesn't get any rougher than that. It's still a matter of what you do now. If you decide to go then you just gotta get on with it. Sit back, enjoy the ride, you gotta plant both your feet on the ground and start living life. Hey, Ryan, it's time to go home. (Mike Kowalski)

Não sei se GRAVITY, para além da esperada vitória de Cuarón e talvez também noutras categorias mais técnicas, terá força suficiente para arrecadar a estatueta de Melhor Filme. E mesmo Sandra Bullock, apesar de esta ser para mim a sua melhor interpretação de sempre, muito dificilmente conseguirá aqui o seu 2ºOscar dada a fortíssima concorrência de Cate Blanchett em Blue Jasmine. Não obstante disso, termino dizendo... GRAVITY: it really was one hell of a ride. =)






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