Ontem vi um dos filmes mais falados do ano de 2013. PRISONERS de Denis Villeneuve, que conta com um elenco de luxo encabeçado por Hugh Jackman e Jake Gyllenhaal e no qual também participam Paul Dano, Viola Davis, Terrence Howard, Melissa Leo e Maria Bello.
PRISONERS é um thriller que retrata o momento em que dois casais de amigos vizinhos (Jackman & Bello; Davis & Howard) se confrontam com o súbito desaparecimento das suas filhas mais novas (ainda crianças). Como, instantes antes, os irmãos mais velhos de ambas haviam-nas repreendido para não brincarem numa auto-caravana estranhamente estacionada em frente à sua zona residencial, Keller Dover (Hugh Jackman) vê-se obrigado a dar inicio a um insaciável périplo de procura pela filha e pela justiça.
Loki (Gyllenhaal) é o agente policial responsável pela resolução deste caso e depara-se com as já esperadas dificuldades derivadas do natural desespero dos pais, mas também pela responsabilidade de sempre ter sido capaz de solucionar os casos que lhe foram encarregues, elevando as expectativas sobre o seu trabalho.
O filme está muito bem conseguido, a começar pela performance dos dois atores protagonistas:
1) Hugh Jackman encarna na perfeição o desalento, a raiva e o instinto animalesco que vestem um pai que nunca está preparado para uma tragédia a este nível, nem mesmo Keller Dover cujo lema é "Pray for the best but prepare for the worst". Para mim, PRISONERS funcionou quase como uma justificação para a nomeação ao Oscar no ano passado, uma vez que sou daquelas pessoas que assumidamente abominou a versão de Tom Hooper de "Les Miserábles", e que, por conseguinte, não esteve de acordo com a nomeação de Jackman para o Oscar de Melhor Ator Principal pelo mesmo (isto tendo em conta outros atores que foram excluídos). Jackman tem em PRISONERS uma interpretação poderosíssima e, na minha opinião, conferiu-lhe uma carga emocional bem mais exigente e desgastante do que ao seu antecessor, o seu cansativo Jean Valjean.
2) Já Jake Gyllenhaal tem em PRISONERS mais um notável desempenho, e de certo modo diferente de outros filmes que me lembro dele. Consegue ter um personagem quase que momentaneamente bipolar, pois num instante está aparentemente calmo e sorridente como de repente se transfigura num misto de depressão e perigosidade! (acho que até o estilo de cabelo que adotou para a personagem é preponderante nesta diferenciação de estados. Ora está muito penteadinho para trás, ora rapidamente lhe salta para a frente nos momentos de maior tensão - pormenor curioso!).
3) Não posso também deixar de mencionar o trabalho de Paul Dano. Acredito que se trata de um ator com uma entrega muito particular aos tão distintos papéis que vai desempenhando, e Prisoners não é exceção para esta regra. Sou mesmo apreciadora do trabalho dele desde que o vi em Little Miss Sunshine. Recentemente também o podemos ver no super-favorito "12 Years a Slave", como um impiedoso carrasco. Em Prisoners, apesar de ter um papel bastante secundário, é exemplar na sua interpretação e essencial na trama desta história!
De referir ainda que PRISIONERS está nomeado ao Oscar de "Melhor Fotografia"(Cinematography) e, em boa verdade (e deixando desde já o reparo que pouco sei para avaliar esta categoria) todos os diferentes planos e cenários do filme são enquadrados e captados de uma muito perfecionista. Cada 'frame' do filme dá uma belíssima fotografia, mas acredito que o prémio irá para Gravity (que é favorito nas categorias técnicas).
Termino referindo que todo o enredo de Prisoners é verdadeiramente cativante e envolvente, e que mesmo tendo eu deslindado a identidade do vilão numa fase ainda muito inicial da história, dificilmente anteciparia o seu desfecho enigmático.
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