sexta-feira, 31 de maio de 2019

The next BATMAN will be... AND WHAT ABOUT IT?

O Post de hoje é dedicado ao meu super herói favorito de todos os tempos: O Sombrio, Misterioso e Poderoso Homem Morcego, ou em inglês (que soa tão melhor que nem mereceria a tradução) BATMAN. Desde que me "conheço por gente" que vejo filmes e banda desenhada do Batman. Teria cerca de 3/4 anos quando vi o primeiro "Batman" de Tim Burton (1989), e era absolutamente vidrada no filme (certamente sem compreender metade, e com os meus pacientes pais a "traduzirem" o filme dentro do possível - com as necessárias censuras, com certeza). Não tenho sequer ideia de quantas vezes vi o filme, quantas vezes o VHS rebobinou ("Pai, puxa para trás!!!"). Sei falas de cor ("Honey, You'll Never Believe What Happened to Me Today" - Joker sobre o cunho magistral do incontornável Jack Nicholson). A banda sonora à responsabilidade de Prince. E a inegável competência de Michael Keaton na interpretação do enigmático Bruce Wayne, que mantém (ou supera mesmo) em BATMAN Returns (1992, também dirigido por Tim Burton).


Fui ver Batman Returns com 5 anos ao cinema! (My parents were nuts...But super cool!). Ainda nem sabia ler. Recordo sempre com alguma recriminação, a imposição do meu pai: "Não vais estar sempre a pedir para ler as legendas! No fim explicamos". Escusado será dizer... fiquei ao lado da minha mãe, que não resistia ao meu constante questionamento xD. Revi ambos os filmes muito mais tarde, e só aí poderia mesmo atestar a qualidade dos mesmos (sobretudo em contraste com os dois que os sucederam: Batman Forever e Batman & Robyn). Tim Burton fez um trabalho notável na abordagem à vida deste super herói e das personagens (vilões ou não) a ele adjacentes (como não lembrar a CatWoman de Michelle Pfiffer ou o Penguin de Danny DeVitto).


Depois de um (diria eu longo) interregno, eis que Christopher Nolan resolve dar uma nova vida a esta personagem. A Trilogia de Nolan (Batman Begins; The Dark Knight & The Dark Knight Rises) é irrepreensível. O elenco, a história, o desenvolvimento das personagens. Tudo é praticamente perfeito. Devolveu-me o super herói da minha infância. Christian Bale é Bruce Wayne no todo, diferente de Keaton, mas igualmente bom. Michael Caine, Morgan Freeman, Cillian Murphy, Gary Oldman, Heith Ledger,  (que teve aqui o desempenho da sua vida) Tom Hardy entre outros (notarão aqui a falha na menção das atrizes, mas infelizmente não acho que acrescentem grande qualidade aos respetivos filmes, contudo também não os comprometem: Anne Hathaway, Marion Cotillard, Maggie Gyllenhaal). 

Passado o legado de Nolan, escolhem Ben Affleck para interpretar Bruce Wayne nos filmes da DC Comics, contracenando com o fraquinho Henry Cavill (giro, giro, mas desde "The Tudors" não lhe reconheço nenhuma performance digna de registo). Devo confessar que não vi nenhum dos filmes interpretados por Affleck (e a curiosidade não é muita... The Sad Batman =/). Talvez pela ainda evidente ligação da personagem que me é tão cara a Christian Bale, e por não identificar em Affleck a aptidão para dar corpo à mesma (posso estar a cometer uma tremenda injustiça mas...)

Depois de muito escrever sobre as memórias dos diferentes filmes de Batman, finalmente chego ao ponto que me levou a fazer este post. Foi anunciado que haverá um novo ator a interpretar Batman... Nem mais nem menos... ROBERT PATTINSON. 
E a questão é... Qual o espanto? O Porquê da inundação de críticas com esta escolha? Estará um ator eternamente condenado a ficar ligado a um único personagem tendo em conta a popularidade (mas não unanimidade) do mesmo? Robert Pattinson foi excelente enquanto Edward Cullen, interpretou a personagem de maneira absolutamente fiel à forma como este foi escrito. Os filmes são maus? É discutível. Concordo que não são obras primas, mas são excelentes filmes de entretenimento sobretudo para uma faixa etária mais jovem. 

Mas dizer que Robert Pattinson é apenas o vampirinho que brilha... é TREMENDAMENTE INJUSTO. Robert Pattinson conta no seu currículo com uma excelente panóplia de filmes que passam ao lado das grandes massas, mas cujas performances são muitas vezes elogiadas pelos críticos de cinema (convido-vos a verem e a lerem sobre "GOOD TIME"), e acredito que possui todas as ferramentas para dar uma nova e interessante imagem ao Herói de Gotham City. E despeço-me com o seguinte: consta foi indicado por... Mr. Nolan, himself (e não me supreende, uma vez que Pattinson estará também no elenco do próximo projeto do realizador: TENET - 2020). So, I rest my case. Go Rob! (Team Edward always =P)

E convenhamos... Se já tinha tanta pinta a conduzir o Volvo C30... imaginem com o Batmobile =D 

And so the vamp... became the Bat ;) 

quarta-feira, 29 de maio de 2019

BLACK MIRROR - "Hang The DJ"

À falta de publicações sobre séries, resolvo debruçar-me sobre aquela que tem a qualidade de tornar cada episódio digno de análise singular: Black Mirror, do disruptor Charlie Brooker. Poderia estar aqui a tentar encaixar um conjunto de potenciais adjetivos, e todos eles seriam extremamente redutores para a dimensão deste "acontecimento" televisivo.


Black Mirror apresenta em cada episódio uma história. E em cada história, de forma mais ou menos assustadora, somos confrontados com o lado mais extremado de um infindável número de (im)possibilidades que a evolução nos permite/impede de aceder. Como o próprio nome indica, mostra-nos o "lado negro do vidro" (e pensemos no vidro como figurativo de tudo o que é tecnologia) que é nos dias de hoje um apêndice da espécie humana. E é sempre esta dualidade, este constante questionamento, o inevitável "vestir" das personagens que torna Black Mirror tão especial, tão inovadora, ao nível dos outrora (mas sempre atuais) grandes pensadores do futuro como Aldous Huxley e George Orwell, agora transportado para o pequeno (mas cada vez maior, dada a dimensão de plataformas streaming como é aqui o caso da Netflix) ecrã. 

Mas como comecei por referir, cada episódio merece uma análise própria (como gostaria de pensar que serei capaz de o fazer para mais uns quantos que também o "merecem"... mas a ver). Assim, e sem isenção ou imparcialidade, escrevo sobre aquele que mais me marcou. "HANG THE DJ". Porquê este? Não sei. Nem sempre conseguimos esclarecer com precisão a conexão que estabelecemos com um livro, um quadro, uma música, um filme, ou neste caso, uma das histórias de Black Mirror. Porém, creio que a breve descrição (no spoilers) do episódio poderá ser mais ou menos elucidativa desta preferência (pelo menos para aqueles que conhecem melhor quem escreve deste lado do teclado ;) ) 

Em "Hang The Dj", que diria eu nos apresenta uma possibilidade futura não tão distante do que hoje vivemos, as pessoas não procuram o seu par ideal, a outra metade da laranja, ou outra coisa qualquer romântica que quisermos chamar ao sempre misterioso processo de "interesse-encantamento-paixão-amor". Isso parece até descabido e demasiado trabalhoso. Em vez disso, todos possuem um Sistema dotado de uma "voz-coach" que os informa que está na altura de conhecerem alguém. Hora e local previamente definidos, chegados lá recebem a confirmação de que se trata do "match" definido. Contudo, estes matchs poderão não ser o "par ideal", mas de um conjunto de ligações que se vão estabelecendo (ou impondo) até lhes ser comunicado que irão, finalmente, conhecer o seu par ideal. Assim sendo, logo no início do encontro, os "participantes" podem escolher visualizar simultaneamente no respetivo aplicativo quanto tempo irão estar com a pessoa em questão.

E assim começa a história que tem como protagonistas Amy (Georgina Campbell) e Frank (Joe Cole). Estreantes nestas andanças, e apesar de visivelmente atrapalhados, estabelecem rapidamente uma confortável interação. Embrenhados nesta novidade, resolvem logo ver então quanto tempo "estariam destinados" a "ficar" juntos. O aplicativo dita (apenas) 12 horas. Com espanto (e até alguma notória desilusão) resolvem ainda assim aproveitar essas 12 horas juntos. Não da forma que seria, possivelmente, expectável, até mesmo para Amy e Frank que no final do encontro admitem que quereriam ter ido mais longe. No fim das 12 horas, despedem-se e cada um se dirige para o respetivo veículo que surge para os buscar. 
Depois deste encontro, seguem-se uma série de outros para Amy (maioritariamente de curta duração), menos para Frank (que vive uma relação absolutamente frustrante e castradora durante 1 ano). Mas quis o "aplicativo" que, para o agrado de ambos, se voltassem a encontrar. Já entusiasmados com a possibilidade de estarem juntos, Amy sugere que não recorram à revelação da duração, Frank acede. Tal como seria de prever no primeiro encontro, a relação entre ambos flui naturalmente, começando a desenvolverem-se emoções que vão muito além do entusiasmo e conforto iniciais. Emoções essas que, quase que inevitavelmente, se misturam com inseguranças, com o medo que tudo termine de um momento para o outro. Vencido por elas, Frank recorre ao aplicativo. 5 anos. Mas muito depressa esses 5 passam a 3, os 3 passam a meses, e neste exasperante "Recalibrating" Frank vê o resultado de ter tomado esta decisão sem o conhecimento de Amy, reduzir-lhe a relação a uma desesperante duração de 20 horas.

Desvendar mais sobre o desenrolar do episódio seria estragar por completo a experiência de visualizá-lo. Perante a história de Amy e Frank, levantam-se naturais questões sobre o "poder" das aplicações em "interligarem" pessoas, em encontrar-lhes o "match". Poderão acertar? Quando supostamente "não acertam", impõe a sua duração. Como se vive uma relação que se sabe à partida que vai terminar? É isso determinado pela longevidade revelada? Temos de permanecer com alguém com quem sabemos não ter futuro? Onde estará o livre arbítrio neste futuro que nos é apresentado? Onde ficam os sentimentos depois de nos termos envolvido com alguém e algo externo impõe um fim, mesmo que isso vá contra o que de facto desejamos?

"Hang The DJ" foi, para mim, completamente arrebatador. Pela história, pelo final, ainda por cima abrilhantado pelos sempre inebriantes Sigur-Rós, que brindam o mesmo com um tema tremendo, composto especificamente para esta história: "End". 




Frank:: Well I learned what it's like to co-habit with someone I despise, is that useful for the system?
Coach: Everything happens for a reason.


Fica a dica. Mas sobretudo, vejam Black Mirror. Vale tanto a pena!!!

segunda-feira, 27 de maio de 2019

KILLING EVE

Volvidos mais de 5 anos... eis que resolvo regressar ao blog. Mais uma vez, por "carolice", por gosto pessoal, sem qualquer objetivo ou propósito senão escrever sobre aquilo que ocupa grande parte do meu tempo de lazer.

Quando iniciei este blog, apontei Música, TV e Cinema como temas centrais do mesmo. Do pouco tempo que dediquei ao mesmo, denoto que nunca escrevi sobre série alguma (SHAME! E não, não vou começar por Game of Thrones, porque ainda estou a digerir a forma "atabalhoada" como resolveram culminar essa grande série).

Teria muitas séries sobre as quais escrever, mas começo pela que mais recentemente mereceu a minha atenção, e cujo final da Season 2 (estando já prometida uma Season 3) visualizei ontem... KILLING EVE.

Demorei algum tempo a convencer-me a ver a mesma. Nunca me tinha despertado especial interesse, à parte do facto de Sandra Oh ter muito recentemente "limpado" todos os prémios enquanto protagonista da mesma. Feita a subscrição (gratuíta... ODEIO POBRE!) da HBO, lá resolvi dar uma hipótese à outrora Christina da (interminável) Grey's Anatomy. 

Baseada no livro Codename Villanelle de Luke Jennings, a série tem como foco a relação entre Eve Polastry (Sandra Oh), uma funcionária do MI5 e uma talentosa assassina psicopata e contratada Villanelle (Jodie Comer). Relação essa que se primeiramente tem uma finalidade unicamente justiceira, rapidamente se transmuta numa caça obsessiva carregada de tensão sexual e de auto-descoberta para Eve, que inconscientemente se deixa fascinar pela misteriosamente perigosa Villanelle. 



É quase impossível completar a sinopse da série sem gerar spoilers que, quanto a mim, condicionariam o envolvimento que o espectador pode ter com a série. Contudo, não poderia deixar de referir que apesar de a designação da série apontar EVE como protagonista da série, sou obrigada a dizer que justo seria manterem o nome original do livro que lhe deu origem. É certo que para efeitos televisivos, OH terá um público sobejamente superior ao de Comer (quase desconhecida até então), quanto mais não seja pela já referida (longa) participação na série de grande sucesso (e sem fim à vista) Grey's Anatomy. E Sandra Oh é irrepreensível na interpretação da sua EVE. Mas Eve não seria Eve sem Villanelle, e não consigo imaginar outra pessoa a interpretar o papel de forma tão fria, penetrante e envolvente como Jodie Comer. É absolutamente soberba, daquelas interpretações que nos vemos obrigados a torcer pela vilã, dado que é uma personagem tão mais rica que todas as outras (recentemente os prémios BAFTA fizeram-lhe justiça, pois foi Comer e não Oh a levar o galardão para casa).




Deixo ainda um outro apontamento para a banda sonora da série, quase exclusivamente da responsabilidade do trio de música alternativa UNLOVED e está perfeitamente enquadrada aos diferentes momentos da trama às emoções expostas nos mesmos.





Marco assim o meu regresso à escrita, ao Blog, sempre sem saber quanto tempo este ímpeto durará. Mas com uma excelente (modéstia à parte) recomendação: KILLING EVE (série da BBC, cujas duas temporadas até agora realizadas estão disponibilizadas na plataforma HBO). É caso para dizer: Meredith, You better find a new "your Person". Sorry Baby xx